Resenha: Meu pequeno país | Gaël Faye

Quando começou a guerra, no fundo, no fundo todos ali sabiam que de alguma maneira estavam mortos…

Meu pequeno país é um livro incrível

Meu pequeno país é um livro incrível

Meu pequeno país é um livro incrível

Meu pequeno país é um livro foda!

Reforçado isso, agora sim posso começar oficialmente essa resenha.

Ruanda

1994

+ de 800 mil mortes

100 dias de guerra

Hutus x Tutsi

70% da população Tutsi dizimada

Esse é o retrato de um massacre brutal, descrito com maestria por Gaël Faye.

 

“A guerra, sem que se peça, sempre se encarrega de nos encontrar um inimigo. Eu, que desejava permanecer neutro, não pude. Tinha nascido com essa história. Ela corria em mim. Eu pertencia a ela.”  

 

Sinopse: Burundi, 1992. Gabriel, 10 anos, mora com o pai francês, um empresário, a mãe ruandesa e a irmã caçula, Ana, em um bairro nobre de Bujumbura, onde a maior parte dos moradores são membros de uma comunidade de estrangeiros.

Gabriel passa a maior parte do tempo com os amigos e companheiros de aventuras, uma alegre brigada que se ocupa do roubo de mangas dos vizinhos e organiza um comércio clandestino de cigarros Supermatch.

Mas essa existência despreocupada é prematura e brutalmente interrompida pela História. Primeiro, Gabriel assiste, impotente, à separação de seus pais; depois, ao início da guerra civil, seguida pela tragédia do genocídio ruandês. Gabriel, que sempre se via apenas como uma criança qualquer, começa a se descobrir mestiço, tútsi, francês.

Com uma leveza e uma elegância raras, Gaël Faye consegue evocar os tormentos e as inquietações de um menino preso no mecanismo inexorável da História, tentando lidar com eventos que o obrigam a amadurecer mais cedo do que o previsto.

São sensações que o autor conhece pessoalmente, o que torna este primeiro romance — repleto de momentos trágicos e de humor, de luzes e sombras — ainda mais excepcional.

 

“Pela primeira vez temos um presidente que não é militar. Eu acho que ele terá menos dor de cabeça que seus antecessores. Os presidentes militares sempre têm enxaqueca. É como se tivessem dois cérebros. Nunca sabem se devem fazer a paz ou a guerra.”  

 

#OpiniãoEuAmo: Depois de muito pensar como escrever essa resenha, cheguei a conclusão que não iria conseguir descrever em sua totalidade o que é Meu pequeno país. 

Nas minhas mãos tinha um livro simples, encantador, sarcástico e dolorido. Cercado de personagens comuns que só queriam seguir a sua vida ou construir uma após perderem sua origem, sua terra. 

Quando vi estava em 1994, durante a guerra civil, onde uma criança era os meus olhos. Ela me guiava pelas ruas de Burundi, me levava para o seu círculo de amigos, para a escola e também para roubar mangas. 

Gaby, esse carinha de 10 anos, que não entendia muito de política por causa do pai, se mostrava inocente diante de tudo que estava acontecendo, mas ao longo dos dias, ele entendeu que a vida das pessoas estavam escorrendo pelas mãos. 

Assim, amadurecer foi custoso e as cicatrizes desse momento ficaram marcadas pelo tempo. 

Ao final do livro, quando voltei a realidade, constatei que tinha acabado de ler uma das obras mais incríveis. Me senti impactada, arrepiada, arrebatada e só dizia “foda foda foda foda” (desculpe o palavreado).

Meu pequeno país é sem dúvida um livro que você e geral precisam ler. 

 

Romance  • Rádio Londres  • Ed 1  • 190 Páginas  • 2019

♥ ♥ ♥

Espero que tenha gostado da resenha de Meu pequeno país.

O livro está disponível no Clube da Rádio e para saber mais é só entrar aqui

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Beijocas <3

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