Mais uma vez Curitiba…
Só que agora embarquei numa missão especial, numa experiência totalmente nova. Viajei pelo mundo da arte, onde só os fortes sobrevivem.
Dessa vez não vi os belos parques, nem andei pelos museus, não risquei da minha lista os lugares que queria conhecer.
Embarquei ao meio dos espetáculos, conheci uma cidade que exalava cheiro de artista, onde os cenários tomavam conta dos monumentos históricos, onde a música que soava longe atraia para a peça mais próxima.
Estávamos em meio ao caos, ao burburinho do texto decorado, ao aquecimento de voz, a respiração entrecortada ao som do coração batendo forte.
Estava sim, em meio ao maior Festival de Teatro do Brasil!
Pra se ter noção, o Festival de Curitiba não possuía panfletos com a programação e sim uma revista que contava tudo sobre as mais de 300 peças espalhadas pela cidade.
Se vivia teatro;
Se respirava teatro;
Por muitos dias Curitiba pertencia ao teatro;
E por muitos dias o Brasil pertencia a Curitiba, onde sotaques diferentes se encontravam e gritavam aos quatro ventos o que era arte.
Nesses dias fotografando os espetáculos passei a notar como as pessoas se comportavam, o olhar de curiosidade se aguçava e aquela paradinha com o pensamento “deixa eu dar só uma olhadinha pra ver o que está acontecendo” e então a magia acontecia: o olhar passou a ficar vidrado, a risada saia fácil e assim nem a chuva fazia perder o final do espetáculo.
Sim, o teatro é mágico. Ele tem o poder de transformar pessoas em qualquer coisa que quiserem, do pobre pé-rapado ao rei de um grande império.
E ele é para todos: tantos para os que queriam pagar 70 reais até aqueles que se quisessem nem um centavo daria.
E assim, os dias se passaram, a cidade foi se esvaziando e as luzes se apagando…
Por agora, os atores terminaram de limpar a maquiagem, guardaram os figurinos, encaixotaram os cenários, partiram de volta pra casa após tanto passar o chapéu, mas ano que vem tudo recomeça.
E o sol vai brilhar outra vez…