“Felizes eram as épocas em que o céu estrelado representava o mapa de todos os caminhos possíveis.”
Imagine que você está passeando em um museu.
Pelas salas você encontra grandes obras como de Pablo Picasso, Salvador Dalí, Candido Portinari e Leonardo Da Vinci, e você segue em frente, continua andando, contemplando a mais pura arte.
Só que de repente uma obra te chama mais atenção. É uma arte abstrata, na qual você não entende bem o que quer dizer logo de início, mas ela te intriga, te faz querer saber mais.
Então você passa observar mais, sua curiosidade vai aumentando e decide analisar pedaço por pedaço, traço por traço, para saber ou pelo menos tentar entender o que o autor quis expressar.
Com o passar dos segundos, minutos, sei lá, horas as imagens vão ficando mais claras, aquilo não mais só um amontoado de rabisco, uma imagem começa a se formar e é como você entendesse aquele grande quebra-cabeça.
Bem-vindos a Estação Atocha
Onde a história de Adam é um amontoado de palavras que de início você não entende bem, mas elas vão se conectando e se tornando uma verdadeira obra de arte.
Sinopse: Adam Gordon é um jovem poeta americano que graças a uma prestigiosa bolsa de estudo se muda para Madrid por um período de um ano com o objetivo oficial de completar um “projeto de pesquisa”.
Adam é brilhante mas altamente inconstante e atormentado por dúvidas profundas sobre si mesmo e sua posição em relação à Arte.
Viciado em cafeína e haxixe, inseguro com as mulheres e com uma forte tendência a se automedicar, a pesquisa de Adam vira uma reflexão sobre a questão da autenticidade que, página após página, alternando momentos hilários com ruminações existenciais, acaba por alimentar a sensação de distância entre o universo interior dele e o mundo externo, reforçando cada vez mais a suspeita de que suas relações, suas reações e até mesmo sua personalidade são fraudulentas, uma grande mentira, assim como os seus poemas.
#OpiniãoEuAmo: Confesso que fiquei com medo de não conseguir fazer essa resenha com a profundidade e a carga emocional que esse personagem me traz.
Estação Atocha foi uma bela surpresa. A escrita de Ben Lerner me fez sair completamente da minha zona de conforto. É uma história que ao mesmo tempo não acontece nada, mas acontece tudo.
Ela é narrada em primeira pessoa, por Adam, um cara que eu tentei entender desde a primeira página.
Fiquei me perguntando quem era esse cara? Quem é esse poeta americano que vive em meio a devaneios, mentiras e comprimidos. Que tem uma mente brilhante e atordoada.
Que conta detalhes minuciosos de seus pensamentos, de sua poesia, mas que não deixa ninguém entrar e conhecer seu verdadeiro eu.
Na verdade, eu acho que nem ele se conhece.
A leitura de Estação Atocha é simples e ao mesmo tempo desconcertante. É tentar se aprofundar em um personagem que talvez seja ilegível.
Esse é o primeiro livro que leio da parceria com a Editora Rádio Londres e amei a história e achei um primor a capa.
“A medida que passávamos cada vez mais tempo juntos, eu me surpreendia evitando seus olhos porque, quando olhava neles tinha a sensação de que ela conseguia ver dentro de mim.”
♥ ♥ ♥
Espero que vocês tenham gostado e se intrigado com Estação Atocha. LEIAM ESSE LIVRO.
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Beijocas <3
#UmMundoDeHistórias