Eu sempre gostei de contar histórias, de escutar histórias. Me lembro quando criança de passar horas na casa da minha avó, com ela mexendo no meu cabelo e contando seus causos.
Quando ela me contava, entregava todos os detalhes, de peito aberto, sem meias palavras ou papas na língua. Era incrível.
Descobri cedo o poder de uma história.
E assim passei a escrever as minhas, do meu jeito, acreditando que a escrita não tinha regras, eu só precisava me entregar.
Lembro de ter um caderno que escrevia contos de fadas e alguns poemas e cartas que escrevi pro meu primeiro amor.
Então eu cresci e decidi que ia fazer faculdade de jornalismo e um dos motivos era por que eu poderia desenvolver minha escrita durante 4 anos.
Sabe aquela expressão “o tombo foi grande”? O meu foi enorme durante o curso, eu só podia escrever de acordo com as regras, afinal é o que o mercado pede.
Nesse tempo a coisa que eu menos fiz era escrever, tinha me perdido, fui massacrada por manuais e nasceu um pavor enorme de colocar as palavras no papel.
Lembro de um trabalho onde tinha que criar um blog, o meu chamava Intervenções, a minha intensão era escrever cronicas sobre cultura e viagens.
Ele ainda existe: https://olagiulian.wixsite.com/intervencoes
Era minha chance de fazer algo legal, diferente. Juntei a fome com a vontade de comer e a professora não gostou muito.
Disse que era um trabalho jornalistico e bla bla bla (percebem meu olho virando escrevendo essa parte?) Mas bati o pé, continuei escrevendo.
Isso era no último período de jornalismo e ela me deu a nota apenas pra passar. Paciência!
Desde então eu não consegui me entregar mais, tinha medo dos julgamentos. Como a Ana Holanda diz, eu não queria me mostrar, não queria me sentir nua diante de todos.
Escrever com afeto e com entrega é uma das coisas mais lindas e difíceis que existe, mas é preciso coragem e eu demorei a recuperar a minha.
Demorei a voltar pra minha essência, de escrever as histórias vividas na casa da vó, de transformar a dor em palavras. Demorei a voltar estar presente.
Demorei a entender que quando meu coração acelera e me da um frio na barriga é que estou totalmente entregue aquilo, como acontece agora.
Eu sei, to falando demais, mas quero que entenda o poder da escrita, o poder que a palavra tem, o poder de suas histórias.
Não desiste dessa resenha se chegou até aqui, preciso contar mais algumas coisas…
“O saber mais lindo é o da vida, da sua presença no mundo, na sua intensidade em tudo isso. E, principalmente na crença de que aquilo nasce no coração tem um valor enorme.”
Sinopse: “Um texto escrito de maneira visceral é capaz de transformar, mudar, aproximar, afetar. Na verdade, é o que para mim faz mais sentido.Caso contrário, vamos seguir escrevendo os mesmos textos de sempre, a partir do olhar e do ponto de vista de sempre. Vamos seguir fingindo que estamos conversando com o outro por meio das palavras quando, na verdade, não estamos interagindo com ninguém a não ser com a gente mesmo. É uma conversa solitária. Mas dá para mudar isso.”
Neste livro, Ana Holanda conduz o leitor numa jornada sobre a descoberta da Escrita Afetuosa.
Longe de querer ditar regras ou se basear em truques, o objetivo aqui é fazer com que cada um encontre a própria voz, identifique a melhor forma de colocá-la no papel e, por fim, perca o medo de compartilhar o resultado.
#OpiniãoEuAmo: Depois daquela introdução gigantesca eu nem preciso dizer o quanto amei Como se encontrar na escrita.
É o tipo de livro que cada capítulo faz sentido em que você descobre que não é louca por pensar diferente. Você é hipnotizado assim que começa a leitura.
A Ana Holanda tem um jeito delicado de escrever, é sensível, fácil, sem termos técnicos ou qualquer tipo de regras.
Eu conheci essa mulher maravilhosa através dos vídeos no Youtube e descobrir esse livro foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido.
Ela fala sobre o amor que existe na palavra e que quando você coloca o mundo te retorna. Fala sobre como a escrita mostra quem é, do encontro com o outro.
Que grandes histórias acontecem todos os dias e que a sua está acontecendo agora.
Impossível não se apaixonar. Impossível não querer colocar em prática (mesmo que seja difícil pra caramba).
“A escrita afetuosa não tem nada a ver com cartas de amor, e sim como o amor que existe em cada palavra”.
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Espero que tenha gostado de Como se encontrar na escrita.
Veja também:
>> Resenha: O ano em que disse sim
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Pinterest: Giulian Ola
Beijocas <3